O sétimo episódio de Kamen Rider Zeztz é um dos momentos mais intensos da série até agora, aprofundando o drama psicológico em torno de Baku, Nem e Nox, enquanto revela novas camadas sobre o funcionamento dos sonhos e a natureza dos pesadelos.
Logo de início, Nox adverte Baku de que ele logo se lembrará de seu “próprio pesadelo”, insinuando uma conexão mais profunda entre os dois. Baku, porém, segue determinado em sua missão de resgatar Nem, agora sequestrada, e desvendar o mistério do Nightmare Prison.
Enquanto isso, Bijogi surge como uma figura trágica — um homem consumido pela culpa após o acidente que deixou Nem em coma quatro anos antes. A revelação de que as aparições recentes da modelo poderiam ser gravações antigas ou projeções digitais cria uma tensão emocional poderosa, especialmente quando Baku se recusa a aceitar a morte dela.


Ao confrontar Bijogi no mundo real, Baku percebe o quanto o empresário vive preso ao passado, literalmente em um “sonho eterno” de arrependimento. Sua determinação em libertá-lo reforça o tema central do episódio: os limites entre o desejo e a redenção. Baku se revela em frente sua irmã, e este ponto ficou em aberto para próximos episódios.
De volta ao mundo dos sonhos, Nox manipula Bijogi com promessas de reencontro e salvação, explorando seu sentimento de culpa. Baku intervém e proclama que “a possibilidade não é zero”, prometendo encontrar Nem no mundo real. A frase, simples mas carregada de significado, reforça seu papel como o “portador da esperança” nesta narrativa de dor e ilusão.
O episódio também marca a estreia da nova forma Zeztz Technolom Projection, um upgrade visualmente impressionante que concede ao herói controle sobre a luz — permitindo criar clones e portais. A sequência de ação, embora carregada de CGI, é vibrante e energética, ainda que alguns fãs tenham achado o “cérebro verde” um detalhe cômico.


Nas entrelinhas, o roteiro sugere que o poder de Zeztz pode ter um custo oculto, e que Baku carrega um passado sombrio ligado ao próprio Nox, que parece conhecer seu pesadelo. A cena final adiciona mais mistério à relação desses dois personagens que transitam livremente entre os sonhos: Nem está viva, mas sob o domínio de Nox, cercada por borboletas — as mesmas que simbolizam os pesadelos ao longo da trama.
Essa simbologia remete até a produções externas ao universo Rider, como o desenho francês Ladybug, co-produzido pela Toei que tem influência clara do gênero tokusatsu. Nele, o vilão Hawk Moth concede poderes às pessoas, transformando-as em vilãs ao explorar suas emoções negativas — usando, coincidentemente, borboletas como símbolo.


Há também espaço para humor e leveza: Zero reage de forma quase cômica em certos momentos, e sua química com Baku continua sendo um dos aspectos mais humanos da história. Fujimi e Nasuka mantêm o equilíbrio racional, mas sem agregarem muito ao episódio e novamente funcionam como uma “escada”, enquanto Baku se deixa guiar pelo instinto e pela emoção.
Por fim, a presença cada vez mais dominante de Nox o consolida como o antagonista mais intrigante da série — uma espécie de “Morfeu sombrio” que tanto compreende quanto provoca o caos dos sonhos humanos. Na mitologia grega, Morfeu o deus dos sonhos, era filho de Hipnos, o deus do sono. Assim como o pai, possuía grandes asas que lhe permitiam vagar silenciosamente pela Terra, assumindo formas humanas para visitar os sonhos de quem desejasse.


Com ritmo acelerado e uma mistura envolvente de ação, mistério e existencialismo, o episódio 7 confirma que Kamen Rider Zeztz busca ir além da fórmula tradicional de “monstro da semana e brinquedo da semana”.
Nota: 9/10
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