O documentário Ishiro Honda: Memórias de um Diretor de Cinema (Ishiro Honda: Memoirs of a Film Director, 2024) teve sua distribuição adquirida pela SRS Cinema, produtora norte-americana conhecida por títulos como Hoshi 35 (ほしさんじゅうご, 2023), Howl From Beyond the Fog (狭霧の國, 2019) e Brush of the God (カミノフデ ~怪獣たちのいる島~, 2024).
A obra estreou nos Estados Unidos neste verão durante o G-FEST Film Festival, em Chicago, e agora contará com lançamento em Blu-ray, DVD, plataformas digitais e nos cinemas. Embora as datas ainda não tenham sido reveladas, o proprietário da SRS, Ron Bonk, afirmou estar entusiasmado com a aquisição e ansioso para que os fãs americanos possam assistir ao longa.

O filme seguirá em exibição no circuito internacional de festivais, com próxima sessão programada em Tsuruoka, cidade natal de Ishiro Honda. Exibições recentes em Manchester e Chicago ampliaram o interesse do público, que aguarda um lançamento comercial mais amplo, previsto pela SRS.
Dirigido por Jonathan Bellés, o documentário traz entrevistas com Ryuji Honda (filho de Ishiro Honda), Hisao Kurosawa (filho de Akira Kurosawa), Shinji Higuchi (Shin Godzilla), Linda Miller (King Kong Escapes), além dos biógrafos Steve Ryfle e Ed Godziszewski. As filmagens ocorreram na Espanha, Japão e Estados Unidos.

A produção revisita a trajetória de Ishiro Honda, um dos nomes mais importantes do cinema japonês. Nascido em 7 de maio de 1911 e falecido em 28 de fevereiro de 1993, Honda consolidou o cinema de tokusatsu na Era Showa da Toho, dirigindo onze filmes da franquia Godzilla, incluindo o clássico original de 1954, além de outros ícones como Rodan, Mothra e The Mysterians. Seu último longa foi Terror of Mechagodzilla (メカゴジラの逆襲, 1975).
Nos anos seguintes, Honda se dedicou à televisão, dirigindo séries de ficção científica e super-heróis como O Regresso de Ultraman (帰ってきたウルトラマン, 1971), Mirrorman (ミラーマン, 1971) e Zone Fighter (ゾーンファイター, 1973), além do cultuado Matango (マタンゴ, 1963). No fim de sua carreira, retomou a parceria com Akira Kurosawa, atuando como assistente de direção em obras como Dreams (1990), com relatos de que um dos segmentos do filme foi inteiramente dirigido por ele.



Durante a produção do documentário, Bellés destacou o caráter pacifista e humanista de Honda, lembrando que ele foi ex-combatente da Segunda Guerra Mundial. Segundo o diretor:
“Honda sempre tratou a ficção científica e o gênero dos monstros gigantes com seriedade, enxergando neles metáforas humanas e sociais.”
Essa sensibilidade aparece também em uma das frases mais memoráveis do cineasta:
“Os monstros nascem altos demais, fortes demais, pesados demais — essa é a tragédia deles.”
Fonte: Kaiju United
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