Godzilla

A série Godzilla (ゴジラ) começou com o filme japonês homônimo lançado em 1954 pela Toho, criado pelo diretor Ishiro Honda e pelo diretor de efeitos especiais Eiji Tsuburraya, o termo tokusatsu começa a ser utilizado a partir deste filme. Criado com forte inspiração nos temores da era nuclear, o primeiro filme foi uma crítica à destruição causada pelas armas atômicas. O sucesso do filme levou à criação de diversas sequências ao longo das décadas, com diferentes abordagens narrativas e estéticas, refletindo os contextos sociais e tecnológicos de cada época.
Após o primeiro filme até as produções da década de 1970, Godzilla evoluiu de vilão para herói, com um tom mais leve e voltado ao entretenimento. Essa fase foi marcada por sucessivos filmes até que, por causa da queda de público e altos custos, a produção foi pausada após Godzilla: O Terror do Mechagodzilla (メカゴジラの逆襲, 1975).
A retomada aconteceu em 1984, que reiniciou a cronologia e trouxe uma abordagem mais séria, com Godzilla como uma ameaça à humanidade. Os filmes ganharam continuidade e foco em efeitos especiais, além de reapresentar monstros clássicos. A série terminou em 1995 com Godzilla vs Destoroyah (ゴジラvsデストロイア), marcando a “morte” do personagem.
Em 1998, os EUA produziram uma versão hollywoodiana, que apesar de sucesso comercial, desagradou os fãs por se afastar do espírito original da franquia. Isso levou a uma nova fase japonesa, que apresentava filmes autônomos com reinícios constantes da história, mantendo o foco na ameaça que Godzilla representa. Esta fase terminou após Godzilla: Final Wars (ゴジラ ファイナル ウォーズ, 2004), que celebrou os 50 anos da franquia.
Nos anos 2010, a série foi revitalizada com novas produções japonesas, como Shin Godzilla (シン・ゴジラ, 2016), dirigido por Hideaki Anno, que trouxe uma abordagem política e realista. Houve também produções animadas com temáticas futuristas e a série Godzilla Singular Point (ゴジラ S.P <シンギュラポイント>, 2021), com um enredo de ficção científica mais elaborado.
Paralelamente, a Legendary Pictures criou o chamado MonsterVerse em Hollywood, começando com Godzilla (2014), seguido por Godzilla II: Rei dos Monstros (Godzilla: King of the Monster, 2019) e Godzilla vs Kong (2021), que unificam os monstros em um universo compartilhado. Em 2023, o Japão voltou com Godzilla Minus One, um filme que se passa logo após a Segunda Guerra Mundial, reforçando o simbolismo de Godzilla como metáfora da destruição e trauma nacional. O filme fez história, ganhando Oscar de melhores efeitos visuais.
O sucesso de Godzilla resultou no chamado Kaiju Boom, que ocorreu dos anos 1950 até os anos 1960, gerando diversas outras produções com monstros gigantes. A palavra kaiju (怪獣) significa “monstro gigante”, e boom é uma onomatopeia que remete a uma explosão.
Eiga (映画) significa filme, portanto, kaiju eiga quer dizer “filme de monstro gigante”, sendo também considerado parte do gênero tokusatsu.
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