Maito Fujioka tem apenas 21 anos, mas já carrega um legado que poucos jovens atores enfrentam: ele é filho de Hiroshi Fujioka, o eterno Takeshi Hongo da série Kamen Rider (仮面ライダー, 1971). Desde sua estreia em 2020 no comercial comemorativo dos 60 anos da SEGA, interpretando o Sega Shiro (herdeiro de Segata Sanshiro, outro papel icônico de seu pai) Maito vem expandindo seu repertório e ganhando espaço na indústria, ainda que sua vocação original fosse a música. Na infância, ele nunca planejou se tornar ator; desejava seguir carreira musical. Mas a oferta para interpretar o sucessor de um dos personagens mais famosos de Hiroshi Fujioka fez com que sua estreia acontecesse quase naturalmente.
O interesse pelo entretenimento sempre esteve presente em sua vida. Ele cresceu em uma casa que era praticamente uma extensão do treinamento do pai: havia um dojo, onde aprendeu técnicas de espada, judô e karatê. Essa vivência corporal despertou nele a paixão por movimento e fisicalidade, guiando-o para o caminho do action acting (termo usado para definir um tipo de atuação focada em cenas de ação física, como lutas, acrobacias, quedas, uso de espadas, armas, saltos e movimentos corporais complexos), a mesma rota trilhada por Hiroshi Fujioka desde os anos 1970.

O jovem destaca que o apoio de seu pai sempre esteve presente. Hiroshi nunca impôs limites aos interesses dos filhos; pelo contrário, incentivava que seguissem seus próprios caminhos, mesmo que isso significasse criar dezenas de animais capturados em rios, como Maito fazia quando era criança. O ator veterano jamais tentou barrar a entrada do filho no show business, mas deixou claro desde o início que esse é um mundo que não aceita meia dedicação. Para Hiroshi Fujioka, não existe personagem que apague a essência de um ator; por isso, ele sempre repetia ao filho que não se deve “ser carregado pelo papel”. Maito explica que o pai acredita que a verdadeira personalidade do intérprete se manifesta de qualquer forma, e que é mais valioso inserir a própria humanidade no personagem do que tentar desaparecer dentro dele. “Você não precisa se tornar o papel; precisa descobrir a versão dele que só você pode interpretar”, aconselhava o pai.
Foi com essa filosofia que Maito encarou sua primeira grande virada: o protagonismo em Wingman (ウイングマン, 2024). Ele interpretou Kenta Hirono, um jovem intenso, apaixonado pelas coisas de que gosta, características que o próprio Maito reconhece em si mesmo. A experiência serviu como confirmação de que estava no caminho certo, unindo sua identidade à expressão artística de seus personagens. Já neste inverno, ele encara um desafio totalmente diferente: interpretar o espadachim Yasubee Horibe na peça Chushingura (忠臣蔵). Hiroshi Fujioka, especialista em produções históricas e mestre em artes marciais, deu ao filho um conselho fundamental: “Aprofunde absolutamente o personagem”. Para Maito, a personalidade reta, leal e inabalável de Yasubee ressoa com sua própria forma de enxergar a vida, algo que pretende explorar em sua interpretação.
Mesmo com a carreira voltada ao cinema, televisão e teatro, o jovem não abandona seu lado artístico: além de atuar, toca violão e compõe músicas. Recentemente, também se sentiu inspirado pelo drama musical Glass Heart, da Netflix, e expressou desejo de atuar em produções que unam música e juventude. Maito também é fã de anime, mangá e narrativas de ação, o que alimenta seu interesse por papéis em live-actions, dramas policiais e obras com foco em tiroteios e cenas físicas intensas.

A relação com a franquia Kamen Rider não fica apenas no legado do pai. Durante a infância, Maito assistia Kamen Rider OOO (仮面ライダー OOO, 2010), lembrando que era um dos assuntos favoritos entre os garotos da escola. Mais tarde, para viver a versão jovem de Takeshi Hongo no filme Kamen Rider: Beyond Generations (仮面ライダー50周年記念映画 仮面ライダー ビヨンド・ジェネレーションズ, 2021), revisitou a série original para absorver o espírito do herói que consagrou seu pai. Além disso, Maito cresceu em uma família inteiramente ligada ao entretenimento: suas irmãs, incluindo a atriz e modelo Amane Tensho, também fazem parte da mesma agência familiar, Sanki Worldwide.
Hoje, após vivenciar tanto o brilho quanto o peso de estar diante das câmeras, Maito admite que finalmente compreende a diferença entre o pai em casa e o Hiroshi Fujioka que todos conhecem. Quando criança, se impressionava ao vê-lo se transformar diante da câmera, irradiando uma energia diferente. Agora, entende que aquele era o “modo ator”: um estado que exige intensidade, concentração e verdade absoluta. Ele próprio, ao entrar no meio artístico, percebeu que também possui esse mesmo botão interno de “ligar e desligar”, e que a vida pública cobra um preço emocional e físico que só quem está nela consegue entender.
Apesar de desejar explorar diferentes áreas da arte, o objetivo final de Maito é claro: acumular experiência suficiente para, um dia, protagonizar grandes produções de ação exibidas mundialmente, assim como Hiroshi Fujioka fez no auge de sua carreira.
Fonte: Yahoo Japan

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