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Review: ‘Kamen Rider Zeztz’ episódio 5 quebra expectativas e instiga mistérios

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Antes do review, quero deixar registrado aqui no Tokusatsu.com.br que, no dia 4 de outubro de 2025 (5 de outubro no Japão), tivemos um momento histórico para o gênero tokusatsu no Brasil. Pela primeira vez, uma produção japonesa do gênero foi transmitida em simulcast dublada em português, graças aos esforços da Sato Company em viabilizar a dublagem em tempo recorde.

Este episódio representa um marco importante para a acessibilidade e difusão do tokusatsu no país, alcançando um novo público e premiando aqueles que acompanharam a evolução do gênero ao longo das décadas, seja quem começou com National Kid e Ultraman, os que se encantaram com as exibições dos anos 1980 e 1990 após o boom de Jaspion e Changeman, os que descobriram através do subestimado Ryukendo, ou quem chegou até aqui explorando o gênero com amigos, familiares ou pela internet. Este momento é de todos; não há apenas um herói, mas sim uma comunidade inteira que contribuiu para que chegássemos a esse ponto.

O quinto episódio de Kamen Rider Zeztz trouxe uma combinação perfeita de ação, mistério e desenvolvimento de personagens, consolidando o tom da série como um thriller policial moderno. A trama deu sequência aos acontecimentos do episódio anterior, apresentando Miyuki, cuja preocupação principal era a sua viagem de lua de mel, e não um romance impossível com um amigo do passado. O Nightmare que a afligia manifestava seu medo de altura, quebrando a expectativa do espectador sobre a história. O episódio engana de maneira magistral: enquanto parecia que Miyuki enfrentaria um casamento arranjado ou ciúmes envolvendo seu amigo de infância, o verdadeiro desafio era seu temor real e plausível de voar. Essa abordagem evidencia a maturidade narrativa da série, mostrando que os Nightmares podem explorar medos universais de forma sutil e impactante, muito além do simples confronto com monstros.

Baku segue se consolidando como protagonista, mostrando distinção entre o Baku desperto, ciente de seu papel como agente da CODE, e o Baku que atua nos sonhos, experiente e treinado pela agência. Neste episódio, sua vitória sobre o Nightmare no avião, culminando na transformação Technolom Stream e no controle das correntes de ar para salvar o voo, foi um dos momentos mais empolgantes do episódio. Ele também demonstrou maturidade, mesmo com seu jeito um pouco atrapalhado, ao lidar com a dupla de detetives, Fujimi e Nasuka, que invadem sua base e passam a auxiliá-lo, fortalecendo o senso de equipe e colaboração. A química entre os três funciona novamente, com momentos cômicos como a invasão pela janela e a descoberta de que o “chá” que beberam era, na verdade, combustível para a moto Zero. Esses elementos equilibram o tom sério da investigação e do combate aos Nightmares, mantendo o humor característico da franquia Kamen Rider no século 21.

O episódio apresenta uma narrativa bem estruturada, combinando pistas falsas, desenvolvimento de personagens e a interessante interação entre o mundo dos sonhos e o mundo real. Enquanto Baku enfrenta o Nightmare dentro do sonho, Fujimi e Nasuka avançam no mundo físico, investigando conexões familiares e suspeitas envolvendo Koki e sua família. A base da CODE opera em ambos os mundos, permitindo interações que enriquecem a narrativa. O design de Zeztz mantém a estética limpa e elegante, com power-ups discretos que não comprometem o traje original. A forma Technolom Stream acrescenta elementos visuais sem exageros. Pequenos detalhes, como roupas de ação menos detalhadas e CGI das asas, receberam críticas pontuais de fãs pelas internet, mas não prejudicam a experiência.

O desfecho planta uma “semente” de mistério em torno dos já enigmáticos Nox e Nem, sugerindo que eles compartilham mais do que apenas sua livre presença no mundo dos sonhos ou terem nomes começando com a letra N. Não me aprofundarei em filosofias neste review, pois agora resta aguardar para avaliar como elementos de cultura pop, psicologia e cinema continuarão inspirando os roteiristas da série.

Nota: 8/10

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