O oitavo episódio de Kamen Rider Zeztz começa de forma curiosamente leve, com Baku sonhando que trabalha em um restaurante francês de alto padrão, o Royale Shirogane. O clima elegante e o visual das cenas de cozinha enganam o espectador, até que o chef Shiomi entra em colapso após provar um prato preparado pelo proprietário, Sannoh. Ao ser acordado por um chamado de Fujimi, Baku descobre que o mesmo incidente aconteceu no mundo real, e que o restaurante será responsável pelo banquete de uma conferência diplomática entre o Japão e o país fictício Eldovia. A suspeita de envenenamento transforma o caso em uma ameaça internacional, com o potencial de virar um pesadelo político.
Com a ajuda de Nem (que foi levada a sala de comando da CODE e interagiu com Zero), que surge determinada a retribuir a promessa de Baku de encontrá-la no mundo real, o herói volta ao sonho munido de um novo artefato: o Recovery Capsem, capaz de curar outras pessoas, mas não o próprio usuário. Enquanto investiga a origem do veneno, Baku percebe que o temido Nightmare se disfarçou na forma do molho Royale, o mesmo que envenenou o chef. Ao lado de Nem, ele tenta impedir Sannoh de continuar cozinhando, mas é atacado quando o Nightmare ganha forma física, espalhando uma substância corrosiva e mortal. A sequência é intensa e visualmente impactante, com Zeztz usando suas formas Stream e Wing para proteger Nem, sacrificando-se no processo.


O confronto leva Baku ao limite. Contaminado e enfraquecido, ele consegue usar o poder de recuperação para salvar o chef Sannoh, mas o preço é alto: o veneno já se espalhou em seu corpo, e o Capsem não pode curá-lo. Enquanto Nox observa das sombras, murmurando ter “encontrado o que procurava”, Baku desaba. No mundo real, Minami entra no quarto do irmão e o encontra inconsciente, sem respirar. A sequência final, com Minami e Nem desesperadas tentando acordá-lo, é uma das mais emocionais da série até agora, encerrando o episódio em um cliffhanger devastador.
A direção mantém o ritmo que Zeztz vem sustentando desde a estreia. O episódio combina o tom de mistério e investigação com um drama humano genuíno, explorando um pouco mais o vínculo entre Baku e sua irmã. Minami, antes retratada apenas como a “irmã preocupada”, ganha mais profundidade e seu medo constante de ver o irmão se ferir começa a fazer sentido, revelando traumas passados e o quanto ela compreende os riscos das missões de Baku.


Aqui, o roteiro constrói o suspense com cuidado: o restaurante é cenário e metáfora, o “sonho” do chef envenenado pela própria obsessão, e o próprio Baku se tornando vítima de seu desejo de proteger os outros. A presença discreta, porém, sempre inquietante, de Nox adiciona camadas à narrativa, sugerindo conexões com o passado de Fujimi e com os Casos Obscuros, e preparando o terreno para revelações maiores.
Kamen Rider Zeztz entrega no episódio 8 uma mistura poderosa de tensão, emoção e simbolismo. É o tipo de capítulo que reforça porque a série tem se destacado entre as produções recentes: ousada na forma, humana no conteúdo e cada vez mais sombria nas respostas que começa a revelar.


Obs: Este review não inclui referências à cultura pop. E é importante reforçar um ponto: o sonho da Toei de transformar Kamen Rider em uma marca definitivamente global começou muito bem.
Nota: 8,5/10

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