Há episódios que expandem universos, aprofundam personagens e revelam novas camadas emocionais. E há aqueles que, mesmo cercados de boas intenções, tropeçam na própria proposta. “Raionji, Enraged” infelizmente pertence ao segundo grupo, um capítulo que tenta ser cômico, mas acaba diluindo seu próprio potencial dramático.
O episódio inicia com leveza: a equipe treinando durante a ausência de Sayuki e a promessa de que um inspetor avaliaria o time. A chegada de Makoto Raionji, autointitulado “rival eterno” de Sayuki, dá o tom. Mas, em vez de construir tensão ou humor consistente, a narrativa se apoia em piadas de vergonha alheia que rapidamente desgastam o ritmo.
Raionji critica tudo, força o time a seguir métodos antiquados escritos em seu próprio livro e se coloca no centro da narrativa, sem carisma suficiente para justificar tal destaque. É uma abertura que já indica um descompasso: muito barulho, pouco propósito.


Enquanto o trio principal tenta fazer ciência e resolver a aparição de um kaiju misterioso, o episódio insiste em colocar Raionji como foco. E isso prejudica tudo ao redor:
- O humor se torna repetitivo.
- O avanço da lore é mínimo.
- E o desenvolvimento do elenco principal praticamente não acontece.
Há um vislumbre interessante quando a equipe encontra uma solução científica que empolga, mas a cena é rapidamente engolida por momentos constrangedores e exageros cômicos que quebram qualquer construção emocional.
Até as lutas, ponto forte absoluto da temporada, parecem apressadas e menos inspiradas, como se estivessem ali apenas para cumprir o protocolo.
Nos segundos finais, surge um fragmento realmente instigante: um “fantasma” de Sorato, sugerindo pistas sobre sua vida antes da perda de memória. É um toque misterioso e cheio de potencial, mas infelizmente soa deslocado em um episódio que não ofereceu terreno sólido para receber essa revelação.


Em contraste, Ayu cresce discretamente ao assumir um papel de liderança, talvez o único desenvolvimento genuíno do capítulo. “Raionji, Enraged” se apresenta como um episódio de comédia, mas termina como um desperdício narrativo, especialmente considerando que restam apenas mais quatro capítulos para o encerramento da temporada. É um desvio brusco de tom que dificilmente se justifica dentro do arco maior, e que acaba obscurecendo o que poderia ser um momento importante para o trio principal.
Um capítulo fraco e desequilibrado, exagerado no que não importa e tímido no que realmente conta.
Nota: 2/10

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